top of page

Autor:
        Jean-Baptiste Poquelin, mais conhecido como Molière (1622-1673). Nasceu e morreu em Paris e foi considerado um dos mestres da comédia satírica. Teve um papel de destaque na dramaturgia francesa, pois, diferentemente dos outros dramaturgos da época que utilizavam como referência a mitologia grega, ele usou suas obras para criticar os costumes da época. Ele é considerado o fundador indireto da Comédie-Française, um teatro estatal de França e um dos únicos que têm uma companhia permanente de atores. A peça teatral “O misantropo” foi escrita em 1666. Molière também escreveu obras como: O Burguês Fidalgo, Escola de mulheres, a tragicomédia Don Juan, O Avarento e Tartufo. Esta ultima sendo uma das mais famosas comédias da língua francesa em todos os tempos.

        Obra:
        Logo ao começar a peça Alceste disserta com Philinte sobre a falsidade existente na sociedade, algo que o enoja, decidindo após isso ser sempre sincero. Esta sinceridade o fez ferir o orgulho de Oronte, chamando a música dele de horrível. Isto leva aos 2 terem que ir em um tribunal resolverem seus conflitos. Ao longo da peça Alceste tenta fazer com que Célimène confesse seu amor, ou que pelo menos diga que ele não existe, para assim acabar com suas dúvidas.
Ao chegar perto do fim da trama Alceste descobre a verdadeira opinião dela ao seu respeito. Desolado, decide viver longe da sociedade, seguido por Philinte e Eliante que tentam convencê-lo do contrário.


 

 

Projeto de cena



Número de Personagens: 5
Iluminação: Iluminação natural do ambiente
Sonoplastia: Não haverá
Cenário: 3 cadeiras, uma do lado da outra. 1 mesa no centro com envelopes em cima e 1 mesa ao fundo.
Espaço dramático: Casa de Célimène
Espaço cênico: 3 cadeiras juntas representando um sofá. 1 mesa ao centro onde visitantes poderiam deixar seus pertences e 1 mesa ao fundo onde Célimène escrevia cartas.
Personagens:

Oronte:
Ator: Angelo Leite
Principais Características: Irrita-se com facilidade e tem certo gosto por poesia
Figurino: Usa uma camisa social, um colete por cima; calça social preta; sapato social e anda com um violão
Maquiagem: Natural

Alceste:
Ator: Max William Souto Filgueira
Principais características: Exageradamente Sincero e apaixonado por Célimène
Figurino: Usa uma camisa social, sapato social; calça social preta e um laço verde no ombro
Maquiagem: Natural

Célimène:
Atriz: Alinne Dantas
Principais características: Educada e levemente reservada.
Figurino: Usa um vestido longo, colar e uma sapatilha.
Maquiagem: Batom

Aceste:
Ator: Klismann
Principais características: Educado e cavalheiresco
Figurino: Camisa social, lenço ao redor do pescoço, calça social preta e sapato social.
Maquiagem: Natural

 

Arsinoé:
Ator: Lucas Alexandre
Principais características: Puritana e falsa amiga de Célimène
Figurino: Saia longa, sapatilha e uma blusa preta.
Maquiagem: Natural
 

[Ligam-se as luzes, abrem-se as cortinas, os atores entram em cena]
Oronte: Senhora depende apenas de você, se quiser me fazer completamente seu, tenho que ter certeza absoluta da sua afeição: um amante detesta ficar em dúvida quanto a isto. Se o ardor do meu carinho por você foi capaz de tocar seus sentimentos, você deveria não hesitar em deixar-los transparecer; e a prova que eu te peço, apesar de tudo, é não deixar Alceste perto de você nunca mais, sacrifique-o pelo meu amor, bana-o da sua casa hoje mesmo.
Célimène: Por que és tão contra ele? Quem regularmente ouço falar sobre
Oronte: Não há necessidade de explicar, senhora, a questão é, quais são seus sentimentos? Por favor, escolha entre um ou outro, minha promessa depende apenas de você.
Alceste (saindo do canto da sala) : Sim, este senhor está certo, senhora, você deve fazer sua escolha; e o pedido dele coincide com o meu. Estou igualmente ansioso, e o mesmo sentimento me trás aqui. Meu amor necessita de uma prova. As coisas não podem continuar deste modo, e o momento chegou para que explique seus sentimentos.
Oronte: Eu não tenho o desejo, de modo algum, de atrapalhar sua sorte.
Alceste: E eu não tenho o desejo, senhor, com ciúmes ou não, de dividir qualquer espaço no coração dela com você.
Oronte: Se ela preferir você...
Alceste: Se ela gostar de você, por pouco que seja...
Oronte: Eu prometo a partir de então, nunca mais tentar conquistá-la.
Alceste: Eu prometo nunca vê-la novamente.
Oronte: Você simplesmente precisa responder a quem seu amor pertence.
Alceste: Você precisa apenas terminar isto, escolhendo um de nós.
Oronte: Que estranho, pareces insegura.
Alceste: Que estranho, pareces indecisa.
Célimène: Meu deus, que persistentes e incompreensíveis vocês são! Não é que eu não saiba quem eu prefiro, ou que meu coração esteja incerto. Definitivamente não estou em dúvida entre vocês dois; e nada poderia ser tão simples quanto decidir-me de quem gosto. Mas para falar a verdade, sinto-me demasiadamente confusa para confessar-vos. Acredito que um coração possa dar a prova de seu amor sem que magoe a outros, que formas mais sutis sejam o suficiente para informar o sucesso do pretendente.
Oronte: Não,não, eu não tenho medo de uma franca confissão, tens o meu consentimento.
Alceste: E eu exijo isto, uma afirmação pública que eu peço, e eu não desejo que poupe meus sentimentos. Você deve explicar-se claramente, ou eu tomarei a sua negação como veredito; saberei, por minha parte, como interpretar o silêncio, e presumirei a confirmação do pior.
Oronte: Agradeço-te, senhor, por este desabafo, e faço das tuas palavras as minhas.
[Entram Acaste e Arsinoé]
Acaste (para Célimène): Perdoe-me por interromper a conversa. Eu vim, com sua licença, senhora, para esclarecer um determinado assunto com você
 Acaste (para Oronte e Alceste): Sua presença é bem vinda, senhores, pois este assunto os deve interessar também.
Arsinoé (Para Célimène): Sem dúvida você está surpresa por me ver aqui, senhora; mas este cavalheiro é a causa de minha invasão. Ele veio ver-me, reclamando sobre algo com o qual eu não poderia concordar. Tenho uma opinião muito boa a respeito da bondade em seu coração para acreditar que sejas capaz de tal crime, e por nossa amizade, trouxe-o aqui, para vê-la provar-se inocente.
Célimène: Creio ter o direito de recusar-me a falar a respeito senhor.
Acaste: Creio que não seja necessário. (Pega envelope no bolso): Esta escrita não deve ser desconhecida para vocês, senhores, e eu não tenho dúvidas de que a bondade dela os fez familiar à sua escrita.

 “A respeito do pequeno Marquês...” Este sou eu senhoras e senhores... ”a respeito do pequeno marquês, quem segurou minha mão ontem por um bom tempo, eu acho que não há nada tão diminutivo quanto ele por inteiro, e seu mérito consiste apenas em seu manto e espada. Sobre o homem com um laço verde no ombro.” (Para Alceste) Esta parte é para você senhor. “Sobre o homem com um laço verde no ombro, ele me agrada às vezes com a sua franqueza e seu comportamento rabungento; mas há vários momentos em que o acho a maior chatisse do mundo. Quanto ao homem com o colete...” (Para Oronte). Sua vez chegou. “Quanto ao homem com o colete, que se acha adequado para piadas, e deseja ser um autor, eu não consigo nem me dar o trabalho de ouvir o que ele fala; e sua prosa me entedia tanto quanto sua poesia.”
Acaste: Eu poderia falar algo, e o assunto é tentador; mas eu considero-te não merecedora da minha fúria; e eu vou te mostrar-te que pequenos marqueses podem achar corações mais merecedores que o seu para consolar-se .  [Acaste sai de cena]
Oronte: O QUÊ? Fui arrastado nisto, após tudo que me escreveste? E teu coração, com todo este amor fingido, dá um pouco de esperança a todos, um de cada vez! Eu fui enganado por muito tempo, mas não serei mais. Você me fez um favor, mostrando quem verdadeiramente é para mim. Sou privilegiado pelo coração que você restaurou para mim, e tenho minha vingança em sua perda. (Para Alceste) Senhor, eu não serei mais um obstáculo em sua paixão ardente, e você pode entender-se com ela da forma que quiser.
[Oronte sai]
[Apagam-se as luzes, fecham-se as cortinas, os atores saem de cena]

 

Max William

© Cia Teatral Sinestesia

  • facebook-square
  • Twitter Square
  • Instagram Basic Black
bottom of page